Rei de
Portugal de 20 de Março de 1816 a 10 de Março de
1826, nasceu em Lisboa a 15 de Maio de 1767. Era
o segundo filho de D. Maria I e de D. Pedro III.
Em 1785 casou com D. Carlota Joaquina, filha de
Carlos IV de Espanha, que lhe deu nove filhos.
Por doença insanável de sua mãe e por morte de
seu irmão José (1788), assumiu o governo em
1792, tomando o título de príncipe regente em
1799. Só em 1816 é que é aclamado rei.
Ainda como príncipe regente, prestou auxílio a
Espanha quando esta guerreou a França, enviando
tropas portuguesas para a campanha de Rossilhão
(1783-1794), mas esse auxílio não teve
correspondência, pois alguns anos depois Espanha
declarou guerra a Portugal e apoderou-se de
Olivença (1801), que nunca mais foi restituída.
D. João VI, O
Clemente. Retrato de Domingos Sequeira.
Fiel à Inglaterra, não respeitou o bloqueio
continental imposto por Napoleão, razão por que
Junot invadiu, em 1807, o território nacional, naquilo
que constituiu a primeira invasão francesa.
Em virtude desta invasão,
juntamente com a família régia, D. João VI
embarcou para
o Brasil, em Novembro desse mesmo ano.
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Em 1815 eleva o Brasil a reino e promove o seu
desenvolvimento, ao mesmo tempo que tenta
aumentar o seu território com a ocupação da
Guiana Francesa (1809) e da Província Cisplatina
(1817).
Por causa da revolução liberal de 1820, o
monarca regressou a Lisboa em Julho de 1821,
onde jurou a
Constituição Liberal, já depois de,
por iniciativa do seu filho
D. Pedro, ter sido
proclamada a independência do Brasil. As
reacções à Constituição Liberal não se fizeram
esperar, tendo o seu filho, o infante
D. Miguel,
defensor do absolutismo, encabeçado movimentos
militares como a
Vila-Francada (Maio de 1823) e
a
Abrilada (Abril de 1824). D. João VI sempre
procurou soluções conciliatórias com os
liberais, pelo que estas revoltas militares
levaram-no a desterrar a rainha (apoiante de D.
Miguel) para o Ramalhão (Sintra) e a prendê-la,
posteriormente, em Queluz, enquanto punia D.
Miguel com o exílio.
Em 15 de Setembro de 1825, reconheceu a
independência do Brasil.
Fleumático e bondoso, governou o país com
sensatez e ponderação, vindo, por isso, a
receber o cognome de O Clemente.
Após a sua morte, em 10 de Março de 1826, a
regência do reino foi entregue à infanta D.
Isabel Maria em nome de D. Pedro IV, imperador
do Brasil.