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D. SEBASTIÃO

 

Rei de Portugal, neto de D. João III. Era filho do infante D. João Manuel e de D. Joana de Áustria, filha de Carlos V de Espanha. Sendo menor à morte do seu avô, em 1557, teve de esperar até 1568 para atingir a idade (14 anos) que lhe permitia ascender ao trono.

 

D. Sebastião, em criança.

Deve o seu cognome à expectativa em torno do seu nascimento, que permitiu viabilizar a sucessão masculina por portugueses, após a morte, ainda na juventude, de todos os filhos varões de D. João III. O próprio infante D. João, seu pai, morreu nas vésperas do nascimento de D. Sebastião.

Após o falecimento de seu avô em 1557, a regência foi entregue a D. Catarina de Áustria, próxima dos interesses castelhanos, e, a partir de 1562, ao cardeal D. Henrique, crítico severo da influência crescente de Castela na corte portuguesa, apoiado pela alta administração da Coroa.

 

 

Educado no meio de padres e cavaleiros, o novo rei foi submetido a forte pressão e expectativa. A sua educação esteve a cargo de velhos aios, D. Aleixo de Meneses e D. Joana de Meneses, enquanto, por mestres, recebeu o humanista Luís Gonçalves da Câmara, padre jesuíta, e o matemático Pedro Nunes.

Subindo ao trono com catorze anos, desinteressou-se dos estudos, mantendo-se apenas um apaixonado praticante de desportos violentos, como a caça de voltaria e de monte.

 

Entre os ministros que rodearam D. Sebastião, destaca-se a influência dos irmãos Luís e Martim Gonçalves da Câmara e de Martinho Pereira, por quem passou o essencial da administração régia a partir do momento em que o rei se dedicou a preparar a expedição norte-africana. Neste período, a Coroa adoptou novas opções imperiais, procurando descentralizar a administração no Oriente e abandonando o monopólio do comércio. No Brasil e em África, entretanto, prosseguiam a colonização e a procura de metais preciosos. Foram tomadas algumas medidas enérgicas com vista à protecção das frotas mercantes portuguesas que, vindas do Brasil, Mina, ou Guiné, eram atacadas pela pirataria anglo-francesa; com o mesmo intuito, procedeu-se à fortificação da costa alentejana e do litoral algarvio, erguendo-se, nesta altura, uma rede de fortalezas traçadas pelos melhores arquitectos da época.

No entanto, os sucessivos ataques das potências norte-europeias aos entrepostos e fortalezas portuguesas no Índico e no Atlântico mais terão reforçado a atracção de D. Sebastião pelo norte de África. Desde 1572, a passagem a Marrocos tornara-se um objectivo explícito do rei, apoiado pela jovem nobreza do reino e envolvido de uma forte componente ideológica e cruzadística.

 

No que se refere à política externa D. Sebastião manifestou, desde sempre, desprezo pelas iniciativas diplomáticas que visavam encontrar-lhe uma esposa (Margarida de Valois, Isabel Clara de Áustria, Maximiliana da Baviera, etc.), pelo que não teve descendência.

 

Em Agosto de 1574 o rei foi pela primeira vez a Marrocos, sem sucesso. Nos anos seguintes preparou a grande expedição contra o xerife marroquino, procurando o apoio papal e de seu tio, Filipe II, que o tentou demover até ao fim, e com quem se encontrou em Guadalupe, em finais de 1576.

Representação da batalha de Alcácer Quibir.

 

Mas D. Sebastião reocupou Arzila em 1577 e, no ano seguinte, a 4 de Agosto, conduzia finalmente um mal preparado exército  à  derrota e à morte nos  campos de Batalha de Alcácer Quibir.

O seu abrupto desaparecimento estaria na origem do sebastianismo, um dos mitos mais duradouros da história de Portugal: a crença no seu regresso redentor numa manhã de nevoeiro.

(in História Universal de Portugal, Texto Editora)

 

 

 

 

 

Publicado por

Joaquim Matias da Silva

 

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