Pretende ser promovido pela
denúncia, já que o não pode ser por mérito (p. 44). É
por esse motivo que merece o desprezo do próprio
Beresford. Respondendo a uma pergunta de D. Miguel, que
queria saber quem era o capitão Andrade Corvo, Beresford
diz que é "Um tal Andrade Corvo de Camões. Mau oficial,
ignorante, e julgo até, que pedreiro-livre" (p. 43).
Logo a seguir, o general inglês, rindo, mofentamente,
caracteriza-o como denunciante, tal como acontece a
Vicente: "Dois denunciantes: um Corvo e um Vicente. São
as armas da cidade" (p. 44)
Preguiçoso, a sua única motivação é manter a tença
anual de 800$00 (p. 45).
A sua ganância e oportunismo ressaltam quando renega o
seu passado de pedreiro-livre, confessando ter andado
“perdido” (p. 50). Aliás, o facto de pertencer ou ter
pertencido à Maçonaria é aproveitado por D. Miguel
Forjaz para, assim, o manipular mais facilmente.
(p. 52).
Ao aparecer “embuçado” evidencia a sua cobardia.
Como é próprio de todos os traidores, é um adulador,
como o comprova a sua fala na página 64.
Delator por excelência, a ele
não repugna trair ou abdicar dos ideais, para servir
obscuros "propósitos patrióticos".
D. Miguel Forjaz critica o seu
"patriotismo" ao afirmar, irónica e causticamente, que
"Os 'patriotas' raras vezes andam sozinhos... Defendem-se
sempre, andando em grupo, tal é o conhecimento que têm
de si mesmos..." (p. 48).
Representa, como Morais Sarmento, os homens sem escrúpulos e é um fiel
retrato dos “bufos” (pides) da década de 60 do séc. XX
(ditadura salazarista).