No dia 29 de Março de 1809, a
cavalaria do exército napoleónico comandado pelo
marechal Soult rompe as defesas do Porto. Em pânico, o
povo desce à Ribeira e tenta escapar para Gaia, através
da Ponte das Barcas. Composta por um passadiço armado
sobre barcas alinhadas entre as duas margens do Douro, a
ponte acaba por ceder ao peso da multidão e ao fogo
cruzado da artilharia francesa e dos canhões
portugueses, na serra do Pilar.
No meio de gritos lancinantes,
abrem-se alçapões entre as barcas, a meio do rio, e os
fugitivos, empurrados pelos que vêm atrás, caem à água e
são arrastados pela corrente.
Ninguém sabe ao certo quantos morreram naquela
Quarta-feira de Trevas, na Semana Santa. Estimativas
avisadas apontam para cerca de quatro mil mortos,
incluindo muitas mulheres e crianças.
(João Ferreira, in NS
- Notícias Sábado, de 29 de Março 2008)