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* Blimunda fica a viver em
Mafra, em casa do velho, agora já viúvo, João
Francisco, pai de Baltasar, onde moram também o
casal Inês Antónia e Álvaro Diogo e o filho,
respetivamente a irmã, o cunhado e o sobrinho
de Baltasar (página 216).
* O sobrinho de Baltasar,
com 12 anos, trabalha nas obras do convento.
* A construção do
convento arrasta-se – "sete anos há que andam
nisto" (pág. 213).

* Baltasar visita a "Ilha da Madeira", local dos
estaleiros, dos estábulos dos animais e de alojamento
dos trabalhadores do convento.
* Descrição da vida precária nas barracas de madeira,
sem as mínimas condições de higiene - "Havia
oficina de ferreiros (...), mais tarde se
juntarão as dos latoeiros, dos vidraceiros, dos
pintores, e quantas mais. Muitas das casas de
madeira tinham sobrados, em baixo acomodavam-se
as bestas e os bois, em cima as pessoas de muita
ou alguma distinção (...), o chão
empapava-se de urina e de excrementos"
(página 219).
* Baltasar integra-se na
legião de trabalhadores. Começa a trabalhar nos
carros de mão – "Podes vir trabalhar
na segunda-feira (...) vais para os carros de
mão" (pág. 219).
* Através de uma prolepse,
o narrador refere-se às invasões francesas,
quando Junot entra em Mafra (página 220).
* A nova Mafra: muitos
milhares de pessoas; milhares de soldados;
centenas de habitações e dezenas de barracas,
cada uma delas albergando duzentos homens (!...);
casas de pasto; barracões, com dormitórios e
refeitórios, onde a acomodação das pessoas à
mesa, cada um com o seu igual, numa verdadeira
discriminação social (página 221).
* Em mais uma prolepse, o
narrador refere-se à presença do homem na lua
(página 223).
* As notícias de um
terramoto em Lisboa suscitam, por parte do
narrador, uma crítica à religiosidade bacoca das
pessoas (página 226).

*
Num dia santo, Baltasar e Blimunda vão ver o que
resta da passarola, em Monte Junto – "Em um dia santo, parado o
trabalho na obra, fez Baltasar uma jornada e foi
ao Monte Junto ver a máquina de voar" (pág.
228).
* Domenico Scarlatti vai visitar as obras do
convento e anuncia a Baltasar e Blimunda a morte
do padre Bartolomeu – "Vim-te dizer, e a
Baltasar, que o padre Bartolomeu de Gusmão
morreu em Toledo, que é em Espanha, para onde
tinha fugido, dizem que louco (...).
Diz-se que foi no dia dezanove de novembro, por
sinal que nessa data houve em Lisboa uma grande
tempestade, se o padre Bartolomeu de Gusmão
fosse santo, seria um sinal do céu, Que é ser
santo, senhor Escarlate, Que é ser santo,
Blimunda" (pág. 231).
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