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MEMORIAL DO CONVENTO - Sequências narrativas

 

Capítulo

SEQUÊNCIAS NARRATIVAS Págs.

XV

 

* Os censores do Santo Ofício pronunciam-se, passados meses,  sobre o sermão proferido pelo Padre Bartolomeu no dia do Corpo de Deus, num misto de enaltecimento e de crítica. Mas há um consultor da Inquisição que o censura abertamente (página 181).

 

* O cravo de Scarlatti é levado para a Quinta do Duque de Aveiro, em S. Sebastião da Pedreira. O músico manifesta o desejo de voar na passarola - "Se a passarola do padre Bartolomeu de Gusmão chegar a voar um dia, gostaria de ir nela e tocar no céu, e Blimunda respondeu, Voando a máquina, todo o céu será música, e Baltasar, lembrando-se da guerra, Se não for inferno todo o céu" (página 184).

 

* A epidemia de cólera e de febre-amarela constitui uma óptima oportunidade para Blimunda recolher "vontades" – "está Lisboa atormentada de uma grande doença, morrem pessoas em todas as casas, lembrei-me de que não teremos melhor ocasião para recolher as vontades dos moribundos" (pág.185).

 

* A pedido do padre, que lhe lembra os grandes perigos que poderá correr, Blimunda dispõe-se a recolher as "vontades" dos moribundos - "Irás, perguntou o padre, Irei, respondeu ela, Mas não sozinha, disse Baltasar" (página 185).

 

* No primeiro dia, Blimunda, em jejum, seguida sempre por Baltasar, numa posição de resguardo para que ela não visse o seu interior, entra em trinta e duas casas, recolhendo "vinte e quatro nuvens fechadas" (página 186). À noite, "cansados da grande caminhada, de tanto subir e descer de escadas, recolheram-se Blimunda e Baltasar à quinta, sete mortiços sóis, sete pálidas luas" (página 188).

 

* Para evitar os mal-entendidos do povo de Lisboa, que começava já a murmurar acerca desse estranho casal que entrava e saía das casas dos moribundos, o padre Bartolomeu recorre a um estratagema, fazendo constar que eles eram penitentes (página 189).

 

* Terminada a epidemia, no frasco de Blimunda "havia, bem contadas, duas mil vontades nos frascos" (página 189).

 

* Entretanto, finda a sua empresa, Blimunda adoece, vítima de uma estranha doença, que deixou o padre Bartolomeu desolado, talvez com um forte peso na consciência. Mas Blimunda, contando sempre com a presença e o apoio incondicional de Baltasar, acaba por ser curada pela magia da música de Scarlatti – "Durante uma semana, todos os dias, sofrendo o vento e a chuva, pelos caminhos alagados de S. Sebastião da Pedreira, o músico foi tocar duas, três horas, até que Blimunda teve forças para levantar-se" (pág.192).

 

* Terminada a maleita, o casal vai procurar e encontra-se com Bartolomeu Lourenço, que fica radiante ao vê-los, até porque os seus remorsos eram grandes, por ter colocado Blimunda em perigo de vida (página 193).

 

* Bartolomeu Lourenço anuncia o seu propósito de informar el-rei que a máquina está construída, "mas antes haveremos de experimentá-la" (página 193).

JMS

 

 

181-194

 

Escrito e publicado por

Joaquim Matias da Silva

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